19 de fev. de 2010

Definitivo.

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...
 

10 de fev. de 2010

Vida & Roubadas



Quando cheguei a este planeta, já existia o tempo. E quando eu for embora, vai continuar existindo.
Comecei a odiar o passado. Eu vivo hoje. Se hoje não esta legal, encaro como se fosse um chato que veio enche o saco. O sofrimento, ou a gente esquece ou ignora. A sinceridade pode custar caro. Mas é a melhor arma de defesa – ou de contra-ataque. Não queria comentar, mas o simples fato de não ter o que falar, me leva a contar, alguns fatos que me veio à cabeça.
 
- Real
Faço coisas normais, que todos fazem, e faço coisas anormais. Mas tudo é muito fechado. Não sou exemplo pra ninguém, gosto de agir com sangue frio pra tratar de certos assuntos. Sou assim desde que me entendo por gente.
“Isso é isso, isso e isso por causa disso, disso e disso”. Nunca tive pudor de esconder ou tratar assuntos, desde que esses não venham prejudicar alguém diretamente. A realidade é uma merda. Ficamos expostos a cada coisa. Recebi muita informação dos meus pais, por isso fico sempre esperta. Sou a única aqui que devo ter experimentado certas coisas aqui e ali, mas com outra cabeça, graças a essas informações. Falo palavrão e não tenho medo de criticar ou ser criticada.
 
- Roubadas
Já fui a festas pouco convencionais. “Todo mundo que freqüentava essas festas (a maioria, pelo menos), era só zoera. ‘Nego” acordava no sofá no dia seguinte: Quem é esse cara, porra?
Já encarei algumas roubadas. Tipo parar na estrada com o carro cheio de gente, e a policia querer apreender o carro com a turma e achar um fumo, essas merdas. Aí a turma junta uma grana, e molha a mão do gambé e ele libera o povo, essas bosta (três horas da matina, quem é honesto?).
 
- Retardada
É mais fácil quando você se aceita como um retardado, não precisa de um cara falar isso pra voce e ainda cobrar caro. Tenho meus vícios, manias e costumes, todo mundo tem. Foda-se se é açúcar, sal ou maconha.
Não sei por que, velho, tem dia em que ando em qualquer lugar, no boteco, na praça, na vila, na tua casa, não importa. Eu não abuso de certas coisas, abuso quando é certo abusar. Vivo fazendo um monte de coisas, tudo ao mesmo tempo, me dá a louca, entende, em parte é pelo prazer de contrariar, outra por que eu quero mesmo. Como é um monte de gente enchendo meu saco, vou fazendo devagar. Meu dia-a-dia, cara, é que nem cagar um abacaxi.
 
- Vida = Rock ridículo
O rock vai do sublime ao ridículo em menos de um segundo. Tem algo mais ridículo que um gordo numa roupinha de dragão, cuspindo fogo e mostrando a língua? Mas é sublime ao mesmo tempo. Rock tem uma coisa meio bobinha, não tem que ser intelectual. Quer integridade? Vai escutar orquestra sinfônica. Não tem que politizar.

7 de fev. de 2010

William Shakespeare

A boa literatura esta cheia de cenas marcantes. Shakespeare, um dos melhores.

A Tempestade, de William Shakespeare.
“Já amei mulheres de feições diversas/ por suas mais diversas qualidades/ mas nunca assim, com toda minha alma/, pois sempre alguma sombra de defeito/ pairava sobre a graça mais perfeita/ e desfazia o meu encantamento./ Mas você é tão bela e tão perfeita, parece feita da pequena parte/ de perfeição que há em cada criatura.”


Entre vários sonetos de Shakespeare, tem um soneto que diz:
“Por que meu verso é sempre tão carente/ de mutações e variação de temas?/ Por que não olho as coisas do presente/ atrás outras receitas e sistemas?/ Porque só escrevo esta monotonia/ tão incapaz de produzir inventos,/ que cada verso quase denuncia/ meu nome e seu lugar de nascimento?/ Pois saiba, amor, só escrevo a seu respeito/ e sobre o amor, são meus únicos temas,/ e assim vou refazendo o que foi feito,/ reinventando as palavras do poema./ Como o sol, novo e velho a cada dia,/ o meu amor rediz o que dizia.”

6 de fev. de 2010

Otimismo II

Otimismo. Volto ao meu otimismo: estamos no melhor dos mundos. Claro, se não considerar-mos a hipótese, cada vez mais provável, de um Severino global (estou falando de um FDP da vida) explodir com isso tudo. Ele começa, ou a Coréia, ou o Irã, um explode aqui, outro explode ali e, em 43,10 segundos (calculei), explode tudo.

"Uma guerra com bombas de hidrogênio acabará com a raça humana. Haverá uma morte universal, imediata apenas para uma minoria afortunada. Para a maioria será uma tortura lenta, com doenças, dores e desintegração”.(Bertrand Russel, logicista).

Mas não cedo ao pessimismo. Sempre acreditei na estupidez dos homens, mas duvido totalmente da eficiência da tecnologia para destruir todo o mundo. Ainda vai sobrar gente. E essa gente que sobrou terá sido a solução para o problema - do qual se fala muito pouco - da superpopulação. Pois já somos 6 bilhões. Não sei como isso afeta a sua vida. Mas a minha já começou a afetar!

Otimismo (por quê). Vocês já pararam pra comparar este mundo, inicio do século XX, com este, inicio do XXI? A diferença, pra melhor, mas que faz parecer pior, é sabermos tudo. Quaisquer 23 mortos em Bagdá chegam à nossa sala de jantar na mesma hora e são repetidos, repetidos, e repetidos viram milhares. A Guerra no Vietnã nos deixou, como retrato mais dramático, "apenas" a menina nua queimada de napalm. E quase ninguém soube, nos anos 20, do genocídio (promovido pelos turcos) que matou um milhão de armenicos, numa população de três. No inicio do século XX, não conhecíamos pessoalmente o micróbio, o iniciante raios-X arrancava dedos e membros dos cientistas, a paralisia infantil aleijava milhões de crianças (acabou, no Brasil!), as pessoas morriam de raiva (era doença, hoje é só irritação), poucas décadas antes Marx escrevia o Manifesto enquanto esgravatava seus furúnculos, havia muita peste (no Brasil, só a amarela matou dezenas de milhares de pessoas), o telefone ainda espantava ("E isto fala!"), a eletricidade chocava e eletrocutava, não havia televisão, hoje um bem universal, não tinham inventado o surfista, esse ser humano maravilhoso, NÃO HAVIA CINEMA!. E morríamos aos 41 anos. E a falta de higiene fazia o mundo um gigantesco bodum.
Pequeno exemplo:

No livro Wings of Madness, de Paul Hoffman (Hyperion, NY, 360 paginas), Santos Dumont descreve o esforço para um supergrã-fino como ele tomar um banho na iluminada Paris:

" 'Un bain, Monsieur? Mais perfaitement! Mandarei um banho pro senhor às cinco da tarde, em ponto', disse a solícita concierge, quando lhe pedi um banho, de imersão completa. 'Mas eu quero o banho agora, antes do break-fast', insisti. 'Impossível, Monsieur, é preciso tempo pra preparar o banho e trazer. Mas, lhe garanto, é um banho soberbo. O ultimo cavalheiro que tomou, no inicio do mês, ficou encantado. O senhor verá, Monsieur, quando se ordena um banho em Paris, se recebe um belo banho. Às quatro em ponto estará aqui.'
Às quatro, um par de pernas subiu com esforço as minhas escadas - cinco lances, pra ser exato - com uma enorme tina de zinco, invertida, cobrindo a cabeça, os ombros e parte do corpo do miserável proprietário delas, pernas. A tina foi plantada nomeio do quarto: um tapete de linho branco colocado no chão, varias toalhas e um lençol de linho para me envolver depois da provação foram exibidos com ostentação. Aí veio a complexa operação de encher a tina. Dois baldes, três empregados e incontáveis viagens até o hidrante no andar térreo. Afinal, completada a operação - uma tina cheia d'água absolutamente gelada. 'Mas eu ordenei um banho quente.' 'Paciência, Monsieur, aqui esta a água quente!' E imediatamente o servidor exibiu enorme cilindro de zinco parecendo um extintor de incêndio e derramou dois galões de água quente na água gelada da tina - resultando tudo num banho menos que morno. Preço total - 60 cents. Tempo decorrido - duas horas. Pois a tina teve de ser esvaziada em baldes, levados pelas escadas um a um. Só aí o orgulhoso proprietário enfiou nos braços os baldes vazios, colocou a tina na cabeça como um chapéu e começou a perigosa descida dos meus cinco andares."

O que prevejo imediatamente:

Com otimismo: Daqui a seis anos, teremos, incrustado nos ombros, um terabyte-chip (1.099,511,627,776 bytes) anulando a gravidade individual. Vamos voar como os pássaros! Em percursos locais, depois o mundo. Isso eliminará a praga do nosso tempo, o automóvel-individual, trambolhão egoísta, custoso, poluente, assassino.

Com pessimismo: Até o fim do ano, é, estou falando de 2009. Já terá um severino qualquer mandando instalar no corpo um mega-chip (1 048,576) do Google com todas as informações existentes no mundo. Toda a VEJA, todo o New York Times, toda a Folha, tudo. Qualquer coisa que você disser, ele responderá na bucha. Ele sabe!

Baby it's you - Smith







Baby It's You - Smith
Composição: Bacharach/David/Williams

It's not the way you smile that touched my heart.
It's not the way you kissed that tears me apart.

Many, many, many nights go by.
I sit alone at home and cry over you.
What can I do?
Don't want nobody, nobody
Cause, baby, it's you.
Baby, it's you.

Is it true what they say about you?
They say you'll never, ever, never be true.
It doesn't matter what they say.
I know I'm gonna love you any old way.
What can I do?
What 'bout you?
Don't want nobody, nobody.
Baby, it's you.
Baby, it's you.

Baby.

It doesn't matter what they say.
I know I'm gonna love any old way.
What can I do?
What 'bout you?
Don't want nobody, nobody.
Baby, it's you.
Baby, it's you.

Don't leave me alone.
Come on home.
Baby, it's you.
Baby, it's you.
You know I need your lovin'
You know I love you.
Baby, it's you.
Baby...