18 de set. de 2009

Confiteor...

Acho que vou confessar-lhes alguns “pecados” meus, involuntários embora, bem-intencionados certamente, mas isso – ai de mim, porque se esperam grandes lamentações da parte dos penitentes – não impede assistir razão ao bom São Bernardo, que, segundo me disseram, foi quem pela primeira vez observou que o caminho do inferno é pavimentado de boas intenções.
O pior cego é o que não quer ver, outra cruel verdade. Não era propriamente que eu não quisesse ver, era talvez ignorância, quiçá burrice, possivelmente má vontade, despeito, inveja e outros tantos sentimentos malfazejos, que muitas vezes nos danificam a visão e o bom juízo quando estamos apaixonados. Ou pode ser até que, simultaneamente, as artimanhas do Inimigo também tivessem me assolado, de tal forma que talvez consiga alegar, em minha frágil defesa, que pequei, sim, mas pequei por não haver socorrido da Providencia.
Eu não tinha percebido nada antes de a palavra dela (esse “dela” aí se refere a ela, não escrevo o nome porque, por enquanto, é privilégio de pouquíssimos saber de quem se trata) me haver finalmente iluminado.
Falava ela a seus amigos e disse que nunca foi sério, e que não tinha nem condições de ser “sério” ou qualquer coisa assim, pois as palavras exatas não vêm ao caso. O que vem ao caso é que, subitamente, notei que antes estava vendo tudo ao contrario, que não tinha ate hoje entendido nada. O sentimento de retaliar é talvez complexo demais, excessivamente multifacetado para ser visto em espaço, no caso tão pequeno quanto este. Ainda maravilhada, com os olhos faiscantes, não ouso dramatizar mais as minhas dores, a começar por ela, no ver dela não passou de um “passatempo”. E é verdade, não dá pra olhar, nem se quer um pedacinho, depois de tudo que fizeram. Por mais que tenha sido uma doce dor. Acordei pra tudo que é mais e melhor na vida.
E a sabedoria superior dela?
Mais ambígua não pode haver. Em matéria de posição, só há uma de que ela não goste. Para seu oportunismo (perdão), senso de oportunidade, pode vir do centro, da esquerda, da direita... Só sei que ela traça, nem quer saber quem são, e nem vê utilidade neles – acho que só não aceita ficar por baixo, sei que já experimentou e não gostou tanto assim que pouca ousadia dava a época em que ninguém a segurava. E a vida que ela “acha” que esta construindo, será que já parou pra pensar nisso? Se ela fosse atriz, já teria ganhado um Oscar. Os filólogos estão conclamados a batizar – tremei, radicais greco-latinos! Paria dessa sociedade, Abalai-vos! Verbos africanos e nativos! – esta nova maneira de atuar...
Não há mais espaço para falar, é uma pena. Ela, porem, estará sempre aqui, para minha triste alegria. Mas como, haverá mais uma chance? Bem, ela diz que não e seus amigos também, mas sabem como são essas coisas. Ela muda muito de idéia e me disseram que ela respondeu “quem sabe né” ao lhe fazer ver, que os sentimentos não acabam. Tranquila. De minha parte, finalmente vi uma luz. E espero que nenhum apagão – essa coisa de intrigeiros – não venha atrapalhar tudo.

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