30 de jun. de 2010

A química do Amor e da Paixão

Por um instante que parece uma eternidade, o corpo estremece, surgem palpitações, a boca seca, o mundo lá fora é esquecido para render-se às emoções da paixão.
É a química do amor, um fluxo de substâncias que desencadeiam uma revolução bioquímica no organismo de homens e mulheres a partir de um simples olhar.






Uma avalanche de emoções é despertada pelo interesse em alguém. Somadas à insegurança, à inexperiência e às mudanças físicas, pode levar a situações positivas, à solidariedade, à busca de soluções pacificas, ao bem-estar, à propensão a fazer amigos, à melhoria da qualidade de vida e ao autoconhecimento. Por outro lado, também podem trazer frustrações, estresse e descontrole psíquico.

Paixão que vicia

Segundo a doutora Donatella Marazziti, da universidade de Pisa (Itália), o amor pode ser comparado a um estado de psicose compulsivo-obsessiva. Ou seja, há uma diminuição das taxas do neurotransmissor serotonina, uma molécula envolvida na comunicação entre as células cerebrais, participando com frequencia em varias funções do sistema nervoso, como controle do sono, do apetite, do ritmo cardíaco, da atividade motora, das funções cognitivas e do humor. Fica claro por que as oscilações de temperamento em apaixonados são tão habituais. Outro aspecto a ser observado é de que o álcool também baixa as taxas de serotonina. Por isso não é incomum a ilusão de alguém que se apaixona à primeira vista em uma festa ou no bar. A norepinefrina, a dopamina e a feniletilamina também são substancias que possuem a função de criar vínculos de afeto, desejo, atração, ou seja, o mecanismo biológico do amor. As endorfinas, hormônios que se originam das palavras endo (interno) e morfina (analgésico), despertados durante a paixão, proporcionam uma sensação de bem-estar e euforia, aumentam a disposição física e mental, e até chegam a aliviar dores.
Os hormônios também são culpados pela duração da paixão: nos primeiros momentos, há uma produção abundante da proteína neurotrofina, que provoca a desejo, a euforia e a dependência. No entanto, com o passar do tempo (mais ou menos 24 meses depois, segundo pesquisas da Universidade de Pisa), esse componente químico do cérebro dá lugar a duas outras substancias: a oxitocina, proteina produzida no hipotálamo, responsável pela sensação de prazer, bem-estar e tranquilidade, e a vasopressina, proteína conhecida como hormônio da fidelidade. Nesse momento do relacionamento, o casal opta pela busca de paixões novas e ardentes ou pela estabilidade e serenidade do amor maduro.

Condição humana

Mas o amor é condição humana e vai alem, vencendo os limites da Química e da Biologia. Talvez a solução para os problemas de desamor, violência e separações que ocorrem nos relacionamentos, nas famílias, na escola e na sociedade em geral, decorra do fato de que o ser humano, animal sábio e racional, ainda não aprendeu a administrar seus simples impulsos e emoções com inteligência. Ou seria necessário criar, no futuro, uma pílula de neutrofina?
No cotidiano percebe-se que a emoção não se caracteriza apenas como um estado de espírito que produz satisfação, prazer, contentamento, mas como uma mobilização cognativa que pode produzir fúria, rebeldia, sentimento de exclusão e descontentamento.
São sob esses estados emocionais que o ser humano constrói suas teorias e interpretações; daí a importância e a necessidade de transformar todas essas sensações em ferramentas de conhecimento.
É muito fácil deparar-se muitas vezes com jovens confusos, inseguros, ansiosos e até repreendidos, sintomas desse fluxo de substancias que invadem o organismo. Um dialogo, que desperte o sentimento de aceitação do corpo e da sexualidade, da sociabilidade, proporciona a busca da expansão do intelecto.
Viver a química do amor é viver de forma inteligente!

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