3 de jan. de 2009

Espero

Enquanto espero que a vida aconteça,
deixo-me ficar neste meu marasmo,
que não mais é que um simples modo de vida,
onde os sonhos parece que param,
onde as sombras se instalaram,
não posso deixar de ser assim,
já não sei viver de outro modo,
quem sabe um dia um sonho me desperte,
rebente em mim as grilhetas de um novo dia,
um novo amanhã feito de esperança,
de quem já nada espera,
mas tudo quer,
de quem já não vive,
mas não deixa de estar vivo,
um pé ante outro,
vivendo do que a vida me dá,
o momento,
sem esperar nada,
sem nada querer ou exigir,
no palco do dia a dia,
onde se sucedem numa marcha lenta de desespero,
um dia após o outro,
a vida vai desfilando,
quem sabe um dia a agarre,
ou ela me agarre,
me faça rodopiar numa dança louca,
num despertar de sentidos,
viagem alucinante ao mundo dos vivos,
quem sabe um dia,
nesta ou numa próxima vida,
eu não tropece em ti,
ou tropece em mim,
e acorde por fim.

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