28 de dez. de 2009

Divagar e Sempre

Tem gente que vive se vangloriando de que veio do nada. Será que veio?


Meio cheia, meio vazia
Vocês jamais vão entender que semi-árido é o mesmo que semi-úmido.

Neném clássico
“Treino é treino, jogo é jogo.” Neném Prancha

História Istória
Brizola, o Merlim do populismo, lembram dele?, depois de profundas meditações numa praia deserta da restinga da Maracutaia, subiu a um palanque e, assistido por uma heróica galera, transformou Lula num sapo barbudo. E Lula ficou esperando o beijo da princesa Urna, que o levaria ao trono, retransformado num condottiere. O beijo não veio enquanto Brizola vivia. Mas lendas se formaram. Em certas noites do ABC, quando a lua cheia subia por trás das chaminés da rica industria paulista, ouvidos sensíveis, ouvindo o coaxar da alma em crise, com beijos e caricias inesperadas, botaram o sapo, com barba e tudo, voando pelos céus, por todo o alhures e alguns algures. E lá esta Lula, aos saltos e coaxos desesperados, evitando a volta ao torno, o nenhures.

Preconceito!
Preconceito! Preconceito! Preconceito! Porque veio do Nordeste, dizia Severino, queriam tirá-lo do cargo mais gratificante que já teve.(Conseguiram!)

Proustiana (relato do Senhor Nelson)
Lá vinha eu, menino, no frio da madrugada, às vezes debaixo de uma chuva fina que me perseguia no escuro, depois de um dia de trabalho das 8 da manhã às 6 da noite e de mais quatro horas do colégio noturno, Liceu de Artes e Ofícios. Minha rotina era acordar, à meia-noite. Piscina. É assim que me chamava. Pois ao chegar em casa só dava tempo de bater com a mão na parede e voltar ao trabalho.
Eu descia do bonde no Largo dos Pilares, andava quilometro e meio pela Avenida João Ribeiro, luz pouca, escuridão de breu, passava a estação de Terra Nova, hoje desaparecida, e, na mesma avenida, em frente ao Morro do Urubu, entrava em casa. Nenhum medo a não ser um susto ocasional quando um cavalo, ele mais assustado do que eu com o ruído dos meus passos no silencio da madrugada, botava a cabeça sobre um muro e relinchava alto.
Inúmeras vezes subi o Morro do Urubu (pra nós, meninos, dos Urubus) em busca de modestas aventuras. Mas o que havia era uns poucos casebres, pobreza mal pressentida, era assim que era. E paz, que só conhecemos quando a perdemos. E o que não havia era essa enfiada de quadrilhas de traficantes ferozes, guerreando outros não menos ferozes, nem bravos policiais liberando moradores com balas perdidas. Li hoje nos jornais.

Revisitando senhor Nelson

O boca de Ouro!
Boca de Ouro, banqueiro de bicho em Madureira. Esta na cadeira do DENTISTA.

Boca de Ouro – Que tal, doutor?
Dentista – Rapaz, nunca vi, em toda a minha vida, uma boca tão perfeita! Dentes de artista de cinema!
Boca – Sabe que quando ouço falar de dor de dente eu fico besta? Nunca tive esse troço!
Dentista – Lógico.
Boca – Pois é, doutor, agora eu queria um servicinho seu. Caprichado, doutor!
Dentista – Capricha em quê?
Boca – O senhor vai mexer, vai tirar tudo. Tudo, doutor!
Dentista – Tirar esses dentes? Nunca!
Boca – O senhor vai tirar, sim, doutor, vai tirar! Vai arrancar todos os dentes. Porque eu quero uma dentadura de ouro!

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