15 de dez. de 2009

Preconceito, pré-conceito.

E, como diz o Lula, nosso filosofo maior:  
“Não se pode fazer um omelete sem chutar os ovos”



A simplificação moral dos "despreconceituosos" é coisa que me assusta. Os caras mais preconceituosos são justamente os possuidores dessa crença enganosa - e ocasionalmente odiosa - que se chama despreconceito. Não conheço ninguém - ninguém - que não seja preconceituoso. Mas conheço toneladas de fingidos, de hipócritas, muitas vezes até, inconscientemente, covardes. Conheço só uma pessoa absolutamente despreconceituosa - a ‘locutora’ que vos fala. E isso apenas porque não tenho a inocência do despreconceito. Ferozmente autocritico, sei que, se me deixar solta, sou feminista (machista), elitista, argentaria, reacionária e todo o demais repertório. Mas jamais serei apanhada na armadilha da imaculada pureza de mim mesma.
Quando, em uns meses atrás, circunstâncias dramáticas fizeram com que eu assumisse uma posição mais firme e fria, na época reuni a "patota" e falei brevemente: Todos esses erros e esculhambações aconteceram porque somos todos abertíssimos, libertários, sublimes. Mas só pode agir com alguma dignidade, mínima possibilidade de acerto, quem aceita a certeza fundamental de que é, visceralmente, um FDP. O santo bate carteira com a maior facilidade: está, por si próprio, acima de qualquer suspeita. Simplificando: vou botar isto aqui numa "condição moral insuportável”.
Agora você que lê isso aqui, muito esperto levanta a voz (ou pensamento): “O que é condição moral insuportável?”. Eu respondo: “Você vai ver”.
Ele você viu, todos viram e ainda vão ver muito mais. Simples e naturalmente.
Bem, o que é “condição moral”? Pensar sempre a todo risco. Não ter medo de que é “universalmente” aceito. Não aceitar slogans, bandeiras, pratos feitos. Desconfiar de qualquer idéia com mais de seis meses de idade. Desconfiar de todo idealista que lucra com seu ideal. E por aí vai.


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