10 de mar. de 2010

Eu & Eu

Sou aquela que digo, o que você não quer dizer.
Falo o que quer ouvir, falo aos que querem saber.
Mostro a felicidade, e mostro a tristeza.
Falo da verdade, e falo de mentiras.
Interpreto com clareza!

Ainda procuro tempo para crescer, errar, acertar. Hoje em dia se não nascer com cara de sucesso, o interesse é nenhum.
Erro? A vida é experimentar, tentar, ousar, errar de novo e tentar de novo, ousar de novo e sempre...

Preservando a minha integridade. Muitas vezes sacrifiquei a integridade em nome da convivência. Não digo sempre a verdade, talvez por medo de sofrer rejeição ou alguma forma de perda, vivo no meio de pessoas cuja visão de vida é bem diferente da minha. Tornei-me invisível, para sobreviver ou simplesmente para manter minha posição na sociedade. Mas a experiência me mostrou que quando não vivemos de maneira coerente com nossos próprios valores, alguma coisa dentro de nós começa a se corroer. Podemos sobreviver, mas não vivemos plenamente, integralmente.
Talvez a perda da integridade seja a maior de todas as minhas tensões, algo que machuca muito mais do que, a pressão do tempo ou a falta de respeito. “Minha vitalidade esta enraizada em minha integridade”.


Eu cansei de ser acusada de reacionária só porque estudo em instituições, como o carnaval, a malandragem, os renunciantes, a boemia, o jogo, a comida, a musica e não me dedico a nenhuma linha pseudo-marxista sobre a chamada “classe operaria” ou sobre os “camponeses”, e não repito o refrão pessimista. Pelo contrario, tal como vocês sabem, eu também entendo que criticar não impede enxergar que sou uma alegre, sábia (?) e sagaz.
Afinal, como alguns de vocês gostam de falar e constataram por conta, eu sou uma pessoa de muitas imagens.
Realmente, lido como uma totalidade, eu sou muito mais complexa do que pensam alguns dos meus críticos mais ferrenhos e radicais. Mas visto através de algum ponto, eu revelo múltiplas realidades que cada um pega como pode e quer. A injustiça seria me proibir de algo, adoro esse exercício que conduz às gloriosas carnavalizações e ao exercício da liberdade, essencial a minha perspectiva social. Felizmente – que belo e generoso milagre! -, eu consegui realizar esse famigerado exercício. Ainda que fosse preciso deixar de ser eu.

E se a questão não for que é tão raro eu ser a pessoa que realmente quero ser, e, sim, por que é tão raro eu querer ser a pessoa que realmente sou?
Então, me disponho a ser feliz? (...)
Parece que ao me perguntar se eu estou disposta a ser feliz da maneira como as coisas estão é um modo de tentar me dizer que as coisas não vão mudar para melhor, que nunca vou ter sorte na vida – de modo que é melhor eu me acostumar às coisas do jeito que elas estão?
Penso no seguinte por um momento: estou disposta a me sentir realmente bem com as coisas como elas estão hoje na vida, a aceitar as coisas como elas são a deixar de me preocupar e sofrer...?

Nenhum comentário:

Postar um comentário