I Um dia desses, encontrei alguns amigos entre eles um professor de matemática e um amigo da faculdade de matemática. Falei, de passagem, sobre um velho companheiro de escola, o pi. Disse que era 3,1416. Na época se chamava dizima periódica, ou infinita, acho. Centenas de pessoas (pra ser exato, seis, ou melhor, dois) me corrigiram. O pi não é mais 3,1416, cálculos mais atuais provam que é 3,141592653.
Esta bem, esta bem, eu sei que não é mais 3,1416. Ou quantos algarismos mais vocês quiseram acrescentar a essa dizima. Calculando melhor – pi é igual a 3,1415927 mais ou menos 0,000000005.
Mas ainda não é bem isso.
Tem maluco pra tudo e a matemática é o ninho preferido. Acho até que sem a loucura não há matemática.
O teorema de Fermat, proposto há 300 anos, aparentemente sem solução, até hoje continua com maluquetes gastando a vida atrás dela, solução.
Que é sempre genial, mesmo quando não definitiva. Quanto ao pi, vou ao admirável livro de David Blatner, The Joy of Pi. O ultimo calculo, feito por Yoshiaki Tamura, do Latitude Observatory de Tóquio, e Yasumasa Kanada, da Universidade de Tóquio, usando o algoritmo de Salamin (?) e o supercomputador Hitac M-280H, registra 51 bilhões de dígitos.
Claro,que você chega a essa conclusão, tem de contar tudo de novo para verificar se esta certo.
II Não adianta, sempre resta uma hierarquia e uma divisão de classes, mesmo entre os que levam uma vida de cachorro.
III AUT CÉSAR aut nihil
“A covardia do heroísmo com que vence
A gravidade do riso que deflagra
A prodigalidade com que não lhe pertence
E a gordura que todos dizem magra”
O versículo acima, de nossa lavra, é intitulado com a divisa de César Bórgia – que qualquer universitário do Silvio Santos conhece. “Ou César ou nada” é a tradução. Áulicos também traduzem como “Ou Lula ou nada”. Mas os eruditos divergem. Se você conhece alguma historia verá que os eruditos só fazem isso na vida – divergir. O bar de César Bórgia era o quente da época. Frequentado por Savonarola, Maquiavel, Miguel Ângelo, Leonardo, tudo gente fina, todos
IV É por isso que eu digo: a abstinência é uma anormalidade que só se admite com muita sobriedade.
V E igualmente, segundo testemunhas idôneas (a Internet é testemunha idônea?), em Brasília, cada vez há mais pára-choques de caminhão aconselhando: SE BEBER DISCURSE COM MODERAÇÃO.
VI E eu que nunca fui convidada a jantar pelo cético e pela circunspecta, praquelas festas infindáveis que eles dão no porão do forte abandonado, no oitavo dia da semana?
VII Uma roubalheira sem precedentes é apenas mais uma roubalheira antes de uma roubalheira maior também sem precedentes.
VIII Valeram a pena os anos de estudo? Nas aulas de químico-fisica na escola, me ficaram apenas três princípios:
“O homem se liquefaz na medida do que bebe”, “Uma pessoa, mergulhado numa banheira hidráulica cheia de espuma, sofre um ‘calor’ erótico de baixo para cima, de cima para baixo proporcional à pessoa por ele convocada”, e “A alquimia nunca transa com o ao quilate”.
IX A roda da bicicleta em movimento é um teorema euclidiano que adquiriu autonomia.
X Disseram que no ano 2000 todo mundo ia ter 15 minutos de fama, Andy Wahol conseguiu fama permanente.
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