18 de nov. de 2009

10 Nohtas Promissórias!

E pra mim, nada? Vocês acham que eu sou incorruptível?

I Um dia desses, encontrei alguns amigos entre eles um professor de matemática e um amigo da faculdade de matemática. Falei, de passagem, sobre um velho companheiro de escola, o pi. Disse que era 3,1416. Na época se chamava dizima periódica, ou infinita, acho. Centenas de pessoas (pra ser exato, seis, ou melhor, dois) me corrigiram. O pi não é mais 3,1416, cálculos mais atuais provam que é 3,141592653.
Esta bem, esta bem, eu sei que não é mais 3,1416. Ou quantos algarismos mais vocês quiseram acrescentar a essa dizima. Calculando melhor – pi é igual a 3,1415927 mais ou menos 0,000000005.
Mas ainda não é bem isso.
Tem maluco pra tudo e a matemática é o ninho preferido. Acho até que sem a loucura não há matemática.
O teorema de Fermat, proposto há 300 anos, aparentemente sem solução, até hoje continua com maluquetes gastando a vida atrás dela, solução.
Que é sempre genial, mesmo quando não definitiva. Quanto ao pi, vou ao admirável livro de David Blatner, The Joy of Pi. O ultimo calculo, feito por Yoshiaki Tamura, do Latitude Observatory de Tóquio, e Yasumasa Kanada, da Universidade de Tóquio, usando o algoritmo de Salamin (?) e o supercomputador Hitac M-280H, registra 51 bilhões de dígitos.
Claro,que você chega a essa conclusão, tem de contar tudo de novo para verificar se esta certo.

II Não adianta, sempre resta uma hierarquia e uma divisão de classes, mesmo entre os que levam uma vida de cachorro.

III AUT CÉSAR aut nihil

“A covardia do heroísmo com que vence
A gravidade do riso que deflagra
A prodigalidade com que não lhe pertence
E a gordura que todos dizem magra”

O versículo acima, de nossa lavra, é intitulado com a divisa de César Bórgia – que qualquer universitário do Silvio Santos conhece. Ou César ou nadaé a tradução. Áulicos também traduzem como “Ou Lula ou nada”. Mas os eruditos divergem. Se você conhece alguma historia verá que os eruditos só fazem isso na vida – divergir. O bar de César Bórgia era o quente da época. Frequentado por Savonarola, Maquiavel, Miguel Ângelo, Leonardo, tudo gente fina, todos mais ou menos sábios. Por isso sempre tomando um certo cuidado com os drinques servidos pela encantadora Lucrécia.

IV É por isso que eu digo: a abstinência é uma anormalidade que só se admite com muita sobriedade.

V E igualmente, segundo testemunhas idôneas (a Internet é testemunha idônea?), em Brasília, cada vez há mais pára-choques de caminhão aconselhando: SE BEBER DISCURSE COM MODERAÇÃO.

VI E eu que nunca fui convidada a jantar pelo cético e pela circunspecta, praquelas festas infindáveis que eles dão no porão do forte abandonado, no oitavo dia da semana?

VII Uma roubalheira sem precedentes é apenas mais uma roubalheira antes de uma roubalheira maior também sem precedentes.

VIII Valeram a pena os anos de estudo? Nas aulas de químico-fisica na escola, me ficaram apenas três princípios:
“O homem se liquefaz na medida do que bebe”, “Uma pessoa, mergulhado numa banheira hidráulica cheia de espuma, sofre um ‘calor’ erótico de baixo para cima, de cima para baixo proporcional à pessoa por ele convocada”, e “A alquimia nunca transa com o ao quilate”.

IX A roda da bicicleta em movimento é um teorema euclidiano que adquiriu autonomia.

X Disseram que no ano 2000 todo mundo ia ter 15 minutos de fama, Andy Wahol conseguiu fama permanente.

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