29 de nov. de 2009

Mentira! Mentira! Mentira!

Pois é, meu anjo, a vida é assim mesmo. Hoje estamos aqui e amanhã... também.

 
I. Um homem que mente e diz que mente, mente ou não mente? Se diz a verdade quando diz que mente, não mente. E, se diz mentira quando diz que mente, também não mente.

II. Vantagem extraordinária é a do mentiroso. Enquanto os outros sabem apenas o que sabem, ele sabe sempre alguma coisa mais.

III. A mentira é a mais-valia arrancada da credulidade. Já que a mentira só existe quando há um crédulo. Pois ao cético ninguém mente. Ele não crê nem na verdade.

IV. O que vive repetindo a palavra indubitável é, indubitavelmente, um mentiroso.

V. Mentimos mesmo quando estamos sozinhos.

VI. Jamais diga uma mentira que não possa provar.

VII. Uma mentira é a do que mente. Outra é do escutador (imitando Guimarães Rosa)

VIII. É inútil apontar alguém como mentiroso. Todo mundo é.

IX. Desenvolveu tanto a arte da mentira que todos acreditam nele. Ele é que não acredita em mais ninguém.

X. A inverdade, apanhada na hora, chamamos de mentira deslavada. Um ano depois será considerada apenas uma outra faceta da verdade. Se persistir na memória, diremos que é um rapto de imaginação da pessoa que pronunciou. Um século depois já ninguém mais saberá quem disse, e ela será parte fundamental da sabedoria popular, se transformara em fantasia, em épico, quem sabe em conceito geral da eternidade filosófica?!

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